quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Santa Teresinha do Menino Jesus, modelo para toda a humanidade.

Retiro Espiritual – 30 de setembro a 02 de outubro de 2011 

(Chácara João XXIII – Salgado/SE)
Tema: Santa Teresinha do Menino Jesus, modelo para toda a humanidade.
Pregador: Padre Frei Ireneu.

Por ocasião da proximidade com a festa da santa e doutora da Igreja Santa Teresinha, o nosso retiro anual foi dedicado aos pensamentos de santidade, humildade e pequenez dessa grande mística. Tentamos trazer para nossa realidade os aspectos dessa carmelita que viveu intensamente as virtudes evangélicas, para a nossa vida de vocacionados ao sacerdócio, identificando os pontos centrais de suas reflexões teológicas que nos ajudam na construção de caminhada de fé fortalecida.
Santa Teresinha do Menino Jesus, nasceu em Alençon (França) no ano de 1873. Entrou ainda muito jovem no mosteiro das Carmelitas de Lisieux e exercitou-se de modo singular na humildade, na simplicidade evangélica e confiança em Deus, virtudes que também procurou inculcar especialmente nas noviças do seu mosteiro. Morreu em 30 de setembro de 1897, oferecendo a sua vida pela salvação das almas e pela Igreja.
Em sua vida procurava conservar o silêncio, tendo em mente e no coração que Deus lhe fortalecera no combate das suas dificuldades e fragilidades. Além do silêncio corporal era indispensável o silêncio espiritual. Tomemos com um exemplo bíblico, a Anunciação do anjo Gabriel a Nossa Senhora, Maria não procurou questionar a situação querendo respostas imediatas, mas ao contrário acolheu a graça celestial guardando a mensagem em seu coração, por isso existe a simbologia do trecho do evangelho em que ela vai as pressas visitar sua prima Isabel, isso para dizer que ela precisou se recolher, exercitando o silêncio para depois continuar agindo segundo a vontade divina (cf. Lc 1). Teresinha nos ensina que a santidade é sempre possível em nossa vida, portanto é sumamente importante observarmos um detalhe em nossa caminhada vocacional: não estamos nos preparando para o sacerdócio, mas sim para a santidade em prol da humanidade.
Em um momento de contemplação e silêncio espiritual torna-se indispensável nos questionarmos, o que Cristo espera de nós nesse momento? Para obtermos respostas sensatas e que preenchem nossos corações necessitamos fixar nosso olhar na figura central da nossa fé: Jesus Cristo, porque Ele é a razão de tudo que somos, é começo e fim de nossa caminhada.
Para compreender nossa vida com entrega e doação em favor do Reino dos céus necessita-se discernir profundamente o chamado que Cristo nos faz sempre para irmos ao seu encontro de forma total e plena. Santa Teresinha agiu dessa maneira, buscando o essencial para sua vida, sempre com uma atitude humilde e despojada, deixando-nos assim um grande exemplo. Por que será que Santa Teresinha atrai tantas pessoas até os dias de hoje com seu testemunho de cristã? Tudo pode ser sintetizado em três pontos que são caminhos da maestra: auto-estima,  santidade e servidora do evangelho. Porém, podemos elencar muitas características que tornam Teresinha um grande exemplo e inspiração: ela atrai muitas pessoas por causa da sua jovialidade e ardor de vida; suas atitudes simples e extraordinárias; mulher formosa de uma espiritualidade profunda capaz de transformar lágrimas em sorrisos. Ela superou todos os traumas anteriores, conseguiu extinguir todas as fragilidades humanas alcançando uma perfeição de vida imaginável baseada nos valores evangélicos. Não foi resistente ou duvidou da vontade divina para seu projeto de vida, teve o esforço para acolher com sinceridade e de modo positivo a graça de Nosso Senhor. Desta forma, suscita em nosso coração uma alegria intensa, nos proporcionando enxergar que a santidade é sempre possível mesmo diante das coisas mais simples e irrisórias da vida. Ela conseguiu transformar suas fragilidades em “pontes” para alcançar a graça divina, tendo em seu coração que não devia duvidar nunca da graça porque Deus age como quer de acordo com o Espírito Santo que penetra em nosso coração invadindo todo o interior e modificando os pensamentos que nos afastavam de Cristo, por isso tudo é restabelecido pela graça divina e não através da vontade humana. Santa Teresinha tornou-se santa porque soube acolher a graça com grande humildade cooperando com o projeto de Deus.
Todos nós possuímos talentos ou dons que contribuem para o crescimento da nossa humanidade que jamais poderá se separar da dimensão espiritual, pois ambas devem estabelecer um ponto de equilíbrio para que o cristão atinja um grau de formação integral. Seria importante observarmos como nos relacionamos com as pessoas que mais amamos. Que sentimentos brotam quando estou longe de tais pessoas?  E que atitudes esboço para conseguir está sempre perto delas? Com certeza faríamos de tudo para nos sentimos bem e felizes. Por isso, nos vem uma pergunta: será que possuímos os mesmos desejos para com Deus? Que meios utilizamos para nos aproximarmos dele? Santa Teresinha nos mostra como alcançar o cume do monte e nos encontrarmos com Deus fazendo a mesma experiência que ela conseguiu fazer. Ela é um modelo de discípula que nos atrai pela sedução, não uma sedução corporal, mas uma maneira distinta de mostrar a face plena de Cristo em suas ações simples e singelas. Em sua autobiografia descreve os passos concretos que lhe permitiram sair da mediocridade da vida ascendendo aos cumes do encontro com o Mestre e Senhor. Enfatiza e nos mostra os dotes pedagógicos de seu comportamento para que possamos ver o outro que é a imagem de Cristo e sendo capaz de realizar esse processo ela nunca impediu que a obra da graça se realizasse, porém esteve sempre disposta em fazer a vontade do alto.
A santidade de Santa Teresinha está descrita em suas ações sempre pequenas para com Deus. Certa vez ela pensava em seu coração como posso dar grandes coisas para Deus se sou tão pequena e humilde: “eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelastes aos pequeninos” (cf. Lc 10, 21). Ela quis ser o amor fraterno no seio da mãe Igreja: “ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará”. Rezemos pedindo que o Altíssimo infunda em nós essa mesma confiança: Ó Deus, que preparais o vosso Reino para os pequeninos e humildes, dai-nos seguir confiantes o caminho de Santa Teresinha, para que, por sua intercessão, nos seja revelada a vossa glória. Assim seja, amém!

Seminarista Edisandro Barros,
2º Ano de Filosofia

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