A nossa vida é marcada
pelo tempo! Sempre nos norteamos através dele para conduzir nossas atividades. O
tempo possui sua importância, pois marcada um ritmo de um processo vivencial. Quantas
vezes escutamos “cada coisa ao seu tempo” e assim aprendemos que o caminho se constrói
com paciência e simplicidade diante de tudo: trabalho, faculdade, Igreja... Por
isso, a caminhada cristã também é guiada pela observância do seu ritmo litúrgico-celebrativo;
queremos destacar aqui a importância do período quaresmal pra nós. Muitas vezes
as pessoas não compreendem o que rezam e passam a fazer perguntas: o que é
quaresma? Porque celebramos a quaresma? O que fazer durante esse tempo?
Sabe-se que a Quaresma
começa com a celebração das cinzas, na 4ª feira após a 3ª feira do carnaval e
termina na 5ª feira santa, exclusive, a missa do Lava-pés que é celebrado à
noite, ou seja, a missa dos santos óleos que pelo calendário litúrgico é considerado
ainda o tempo da Quaresma, porém, a missa do Lava-pés que é neste mesmo dia já
não é mais Quaresma, mas início do Tríduo Pascal. Por questão pastoral o bispo
pode transferir para o dia anterior, ou seja, na 4ª feira santa.
A Quaresma é um tempo
de purificação, de preparação em que o fiel procura por meio das leituras
dominicais, dos sacramentos da eucaristia e da confissão, além dos atos de penitência, de oração intensa e de esmola.
A Quaresma lembra o número 40. 40 dias que Jesus jejuou no deserto após o seu
batismo, 40 dias e 40 noites do dilúvio, 40 anos no deserto que o povo
libertado do Egito, pela mão poderosa de Deus, por meio de Moisés, caminhou até
chegar à terra prometida. Em todos estes episódios o número 40 trouxe a ideia de preparação e purificação, para a missão ou para o amadurecimento espiritual.
Neste tempo de salvação
e conversão somos convidados a repensar nossas atitudes e ações diante da nossa
fé intensificando as práticas penitenciais já citadas acima. Porém, na
atualidade existe uma dificuldade das pessoas em adquirir a confiança e
honestidade de viver o Sacramento da Reconciliação assim como a Igreja recomenda.
De maneira sincera e eficaz esse Sacramento possui a relevante função de nos
reconduzi ao Pai assim como fez o filho pródigo que reconhecendo suas fraquezas
e limitações retorna ao seu lar reconhecendo “Pai pequei contra Deus e contra
ti” (Cf. Lc 15,21). Devemos eliminar o medo de confessar e retornar a caminhada
mesmo tendo a consciência que somos pecadores, pois Deus não o pecado, mas
acolhe o pecador com seu coração misericordioso. Está diante do padre no
momento da confissão é ter a certeza plena que através das palavras de absolvição
Deus restitui nossa dignidade de filhos e filhas de Deus e a comunidade de fé
faz uma festa alegrando-se com um irmão que estava morto e tornou a viver. (Cf.
Lc 15,32)
No Brasil, a dimensão
comunitária da Quaresma é vivenciada e assumida pela CF - Campanha da
Fraternidade. A cada ano, a Igreja destaca uma situação da realidade social que
precisa ser mudada. A CF ilumina, de modo particular, os gestos fundamentais
desse tempo litúrgico: a oração, o jejum e a esmola. E de modo especial neste
ano é proposto a reflexão com o tema: Fraternidade e Juventude e o lema: “Eis-me
aqui, envia-me” (Is 6,8). A CNBB nos apresenta a CF como itinerário de
conversão pessoal, comunitário e social. E assim, ao repropor Juventude como
reflexão nesse tempo de mudança de época, deseja refletir, rezar com os jovens,
re-apresentando-lhes o Evangelho como sentido de vida e missão.
Que nosso tempo
quaresmal seja frutuoso e possamos manifestar a bondade divina por isso
rezemos: ó Deus, que por vosso Filho realizais de modo admirável a
reconciliação do gênero humano, concedei ao povo cristão correr ao encontro das
festas que se aproximam, cheio de fervor e exultando de fé.
Seminarista
Edisandro Barros
Estudante do 2º ano de Teologia da Faculdade Católica de Feira de Santana/BA
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