Partilhamos com você a Homilia de Dom Henrique sobre a Liturgia do XXXI Domingo Comum.
Na primeira leitura deste Domingo, o Senhor fez uma grave advertência aos seus sacerdotes. Serve para nós, ministros de Cristo no Novo Testamento: “É para vós esta ordem, ó sacerdotes! Se não escutardes, se não levardes a sério dar glória ao meu nome, mandarei contra vós a maldição e amaldiçoarei a vossa bênção!” (Ml 2,2). Palavras tremendas: “Amaldiçoarei a vossa bênção!” Nossa bênção é o nosso sacerdócio. Pois o Senhor nos ameaça seriamente fazer do exercício do nosso ministério, que é nossa herança, uma maldição!
Não se brinca com o Senhor! Somos seus ministros, somos os primeiros que devem obedecer, colocar-se debaixo da sua santa Palavra: “Contudo, se não obedecerdes à voz do Senhor teu Deus, cuidando de pôr em prática todos os seus mandamentos e estatutos que hoje te ordeno, todas estas maldições virão sobre ti e te atingirão” (Dt 28,15). E o Senhor quantas vezes insiste nesta ideia: não escutá-lo nos destrói totalmente, torna vazia toda a nossa ação, toda a nossa vida sacerdotal! O Senhor não deseja nossa atividade, mas primeiramente e acima de tudo o nosso coração: “Assim fala o Senhor: se não me escutardes tratarei este Templo como a Silo e farei desta Cidade maldição para todas as nações da terra!” (Jr 26,4ss) Nada é sagrado diante do Senhor quando não mais o glorifica, quando se torna vazio e sem um amor sincero e total para com ele!
Voltemos para o Senhor, deixemo-nos tocar pela sua Palavra; deixemos que sua acusação nos machuque, nos fira e nos converta. Que não se cumpram em nós as tremendas queixas do Senhor: “Eles não se deixaram abater até o dia de hoje; não temeram e não caminharam conforme a minha Lei e conforme as prescrições que apresentei diante de vós e de vossos pais” (Jr 44,10). Nós, ministros de Deus, às vezes temos tanta dificuldade de ouvir e de crer nos profetas que o Senhor coloca no nosso caminho, nas advertências que ele nos faz: “Desde o dia em que vossos pais saíram do Egito até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas; cada dia eu vos enviei incansavelmente!” (Jr 7,25). Que fazemos nós – e você, meu Leitor – das tantas advertências, que de tantos modos o Senhor nos dirige? “Eles não me escutaram, nem prestaram ouvidos, mas endureceram a sua cerviz e foram piores que seus pais. Tu lhes dirás estas palavras, mas eles não te escutarão. Tu os chamarás, mas eles não te responderão. Tu lhes dirás: Esta é uma nação que não escutou a voz do Senhor seu Deus e não aceitou o ensinamento. A fidelidade pereceu: foi eliminada de sua boca!” (Jr 7,26-28). Eis o sério convite que o Senhor, pela sua Palavra santa, dirige aos seus ministros, aos seus sacerdotes, neste Domingo, para que pensem! E adverte seriamente: “Se não o crerdes, não vos mantereis firmes” (Is 7,9), não perseverareis na fidelidade e na vocação! Não brinquemos com a voz do Senhor, não façamos pouco caso da advertência tremenda do nosso Deus, porque suas palavras se cumprem, sejam para a vida sejam para a morte, sejam para a bênção, sejam para a maldição: “Adverti constantemente os vossos pais no dia em que vos fiz subir da terra do Egito e, até hoje, os adverti dizendo: Obedecei-me! Mas eles não escutaram nem prestaram atenção; cada qual seguiu a obstinação do seu coração perverso. Então fiz cair sobre eles todas as palavras desta aliança, que lhes ordenara que observassem e eles não observaram” (Jr 11,7-8).

Fraternalmente,
S.D.M.Z
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