domingo, 6 de maio de 2012

QUEM GOSTA DE REZAR?



Durante uma consulta médica em umas das clínicas de Feira de Santana/BA uma senhora realizou um questionamento para as pessoas que esperavam o atendimento: “Quem aqui gosta de rezar?” Após isto distribuiu uma oração impressa para todos que lá estavam. O conteúdo existente naquela mensagem oracional me chamou a atenção,  porque trazia aspectos sobre o relacionamento com Deus na oração pessoal: confiança e frutificação na sua realização.

Diante de uma sociedade secularizada as pessoas perdem o sentido real e autêntico da oração e sobre a existência divina como um ser transcendente à nossa realidade. É visível esse esquecimento da dimensão sagrada devido ao imediatismo das nossas atitudes e da superficialidade dos relacionamentos. Com isso, brotou em meu coração alguns questionamentos que gostaria de compartilhar: que sentido damos a oração em nosso dias? Qual é a sua importância diante de tantos modos de crer em Deus?

Torna-se evidente que corremos um perigo quando falamos sobre o relacionamento com a imagem divina porque muitas vezes queremos fazer a imagem de Deus de acordo com as nossas próprias vontades e pretendemos manipular a sua mensagem presente na história através dos pequenos sinais. O nosso testemunho cristão seria muito mais verdadeiro se não procurássemos ter o tudo simplesmente no nada e fizéssemos frutificar a ação da fé através das boas obras no meio dos homens (cf. Mt 5, 16). Somos convidados a observar a missão do apóstolo Paulo e ter noção do compromisso da fé quando ele nos diz “Já não sou eu que vivo, mas é o Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Precisamos viver a oração livremente e deixar que ela esteja intimamente ligada à mensagem do Evangelho de Jesus Cristo e à vida do nosso povo através das nossas comunidades. Em outras palavras seria dizer que “nossa amiga” a oração estaria em comunhão com o rezar e o agir e nos convida a abrir o coração para acolher fielmente a Palavra de Deus proclamada em nossas celebrações e encontros pastorais para podermos rezar todos os dias com confiança “seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”.

Com o estudo acadêmico, a vivência comunitária no seminário e a vida pastoral posso perceber que Cristo está sempre se manifestando em nossas vidas e reafirmando sua promessa que nunca estaríamos sozinhos na missão que Ele nos confiou. Portanto, a oração é um elemento essencial para conseguirmos enfrentar as dificuldades do cotidiano e deverá ser vivida com autenticidade e humildade de coração para sentirmos sempre a vontade divina em tudo que fizermos.

Que possamos acolher a oração como um modo de viver a Palavra do Verbo Encarnado e não como uma obrigação para cumprir um horário. E que pela intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus assumamos o amor a Deus com nossa oração sincera e ação concreta com o nosso próximo.

Fraternalmente,
Seminarista Edisandro Barros

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