Durante uma consulta
médica em umas das clínicas de Feira de Santana/BA uma senhora realizou um
questionamento para as pessoas que esperavam o atendimento: “Quem aqui gosta de
rezar?” Após isto distribuiu uma oração impressa para todos que lá estavam. O
conteúdo existente naquela mensagem oracional me chamou a atenção, porque trazia aspectos sobre o relacionamento
com Deus na oração pessoal: confiança e frutificação na sua realização.
Diante de uma sociedade
secularizada as pessoas perdem o sentido real e autêntico da oração e sobre a
existência divina como um ser transcendente à nossa realidade. É visível esse
esquecimento da dimensão sagrada devido ao imediatismo das nossas atitudes e da
superficialidade dos relacionamentos. Com isso, brotou em meu coração alguns
questionamentos que gostaria de compartilhar: que sentido damos a oração em
nosso dias? Qual é a sua importância diante de tantos modos de crer em Deus?
Torna-se evidente que
corremos um perigo quando falamos sobre o relacionamento com a imagem divina
porque muitas vezes queremos fazer a imagem de Deus de acordo com as nossas
próprias vontades e pretendemos manipular a sua mensagem presente na história
através dos pequenos sinais. O nosso testemunho cristão seria muito mais verdadeiro
se não procurássemos ter o tudo simplesmente no nada e fizéssemos frutificar a
ação da fé através das boas obras no meio dos homens (cf. Mt 5, 16). Somos
convidados a observar a missão do apóstolo Paulo e ter noção do compromisso da
fé quando ele nos diz “Já não sou eu que vivo, mas é o Cristo que vive em mim”
(Gl 2,20). Precisamos viver a oração livremente e deixar que ela esteja
intimamente ligada à mensagem do Evangelho de Jesus Cristo e à vida do nosso
povo através das nossas comunidades. Em outras palavras seria dizer que “nossa
amiga” a oração estaria em comunhão com o rezar e o agir e nos convida a abrir
o coração para acolher fielmente a Palavra de Deus proclamada em nossas
celebrações e encontros pastorais para podermos rezar todos os dias com
confiança “seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”.
Com o estudo acadêmico,
a vivência comunitária no seminário e a vida pastoral posso perceber que Cristo
está sempre se manifestando em nossas vidas e reafirmando sua promessa que
nunca estaríamos sozinhos na missão que Ele nos confiou. Portanto, a oração é
um elemento essencial para conseguirmos enfrentar as dificuldades do cotidiano
e deverá ser vivida com autenticidade e humildade de coração para sentirmos
sempre a vontade divina em tudo que fizermos.
Que possamos acolher a
oração como um modo de viver a Palavra do Verbo Encarnado e não como uma
obrigação para cumprir um horário. E que pela intercessão de Santa Teresinha do
Menino Jesus assumamos o amor a Deus com nossa oração sincera e ação concreta
com o nosso próximo.
Fraternalmente,
Seminarista Edisandro
Barros
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