A MISSÃO E O MISSIONÁRIO

A missão está na gênese da Igreja e fundamenta-se em Cristo, sua cabeça e síntese. Neste prisma, para ser um missionário autêntico, a pessoa deverá fazer em si uma profunda revisão, e assim posto, considerar como eixo principal a conversão pessoal, para que o trabalho assumido (missão) seja de fato fomentado com lealdade, sinceridade, coesão, sistematização, e, neste norte, a meta evangelizadora alcance seu objetivo: transformar trevas em luz, fazendo acontecer à dinâmica do reino.

O processo ora citado não é fácil. Mas a ânsia de alvissarar a Palavra de Deus só prevalecerá pela retomada da vida nova, que permite o evangelizador plasmá-la em Cristo, o centro da missão. Desde 2007, com a Conferência Geral de Aparecida nota-se, que para ser missionário de verdade, o indivíduo humano, o crente deverá passar por uma mudança pastoral e inovar a realidade que o circunda aplicando a tônica desta V Conferência Geral: ser discípulos e missionários de Jesus Cristo por meio de uma sociedade renovada circunscrita no Evangelho. 

Levar o Senhor aos povos é o convite da Igreja aos seus filhos e filhas que receberam o batismo no seio dela, e de forma especial, obtiveram a tríplice dimensão de serem profetas, sacerdotes e reis. Com essas virtudes e graças, o cristão e os homens de boa-vontade possuem dentro de si o fruto missionário e jamais poderão omiti-lo.

Indubitavelmente, a missão só será possível quando a colocarmos mediante a Boa-Notícia, visto que, uma prerrogativa peculiar para difundirmos Jesus, é clarificar em nossa mente o seguinte: não seguimos um conjunto doutrinário, de normas e preceitos, como muitas das vezes prevaleceram-se essas teses no contexto eclesial... Ademais, no mundo contemporâneo não é bem-vinda a proposta da missão, compreendendo as inúmeras oportunidades nele tidas. Afinal, vemos a atração do pragmatismo, e isso, não interessa aos seres humanos de forma global, sendo o óbice da ação evangelizadora. Mas nem tudo é obscuro, e um incentivo na causa missionária é este: “neste encontro com Cristo, queremos expressar a alegria de sermos discípulos do Senhor e de termos sido enviados como o tesouro do Evangelho. Ser cristão não é uma carga, mas um dom: Deus Pai nos abençoou em Jesus Cristo seu Filho, Salvador do mundo. Desejamos que a alegria que recebemos no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o Filho de Deus encarnado e redentor, chegue a todos os homens e mulheres feridos pelas adversidades; desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (Cf. Lc 10,29-37; 18,25-43).”*   O dar-se à Cristo e a alegria são, portanto, os nortes prevalecedores para o êxito missionário.

  

* Documento de Aparecida, números 28 e 29 p. 24.

Erinaldo César