domingo, 29 de setembro de 2013

A ESPIRITUALIDADE DA/NA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA

Após o término do Concílio Vaticano II, que foi sem dúvida um dos maiores acontecimentos sócio-religiosos da história contemporânea, a Igreja Católica começou a viver o surgimento de grandes espiritualidades em seu seio, dentre estas podemos falar da Renovação Carismática Católica (RCC), movimento canônico que surgiu dois anos após o término do Concílio.

O que mais chama a atenção na história do Movimento da RCC é a ausência de uma “ideia fundante”, pois este não possui um fundador, nem um grupo de fundadores, mas surge de um simples retiro de jovens crismandos, que se reuniram com alguns líderes cursilistas  em um dos campus da Universidade do Espírito Santo, em Duquesne, EUA, para ler e meditar sobre o livro dos Atos dos Apóstolos. No dia 18 de fevereiro de 1967, após um momento oracional, marcado por um forte avivamento espiritual, sem muitas pretensões, surge esta espiritualidade carismática. O que ninguém esperava era que em menos de três anos aquela nova expressão na Igreja alcançaria grande parte do mundo, sem nenhum tipo de plano estratégico para esta expansão. 

Quem nunca ouviu falar da RCC na Igreja Católica? Quem ainda não se deparou com seu estilo musical, oracional e irreverência? Quem não chegou a conhecer os frutos da RCC, como seus muitos grupos de oração e novas comunidades? São tantos os líderes, sacerdotes, comunidades de vida, ministérios, que surgiram desta espiritualidade que não podemos enumerá-los aqui. A Igreja como mãe e mestra discerniu, através do seu magistério, que Deus suscitou a RCC para os nossos tempos como um caminho de renovação da fé, o papa Paulo VI chegou a dizer que “a RCC é uma chance que Deus está dando para a Igreja e para o mundo”. Este carisma é na Igreja muito mais que um movimento, ele ultrapassa os limites e manifesta-se como uma “corrente de graças” como diz o pregador da Casa Pontifícia, o Frei Raniero Cantalamessa, grande líder da RCC. 

Em suas bases canônicas a RCC, junto aos representantes eclesiásticos, percebeu que a espiritualidade que a define é trinitária, pois é impossível estar neste caminho e não fazer uma experiência profunda com o amor de Deus Pai, assumindo por este amor a salvação e o senhorio de Deus Filho, a partir da força e do poder de Deus Espírito Santo. Esta espiritualidade se funde no grande acontecimento de Pentecostes, não como um fato do passado, mas como uma ação permanente de Deus na sua Igreja, por isso a RCC se diz pentecostal, pois testemunha a graça da efusão no Espírito Santo e os efeitos carismáticos da sua ação para o bem comum. 

Para concluir deixamos que a Igreja fale, e nada melhor do que o grande Beato João Paulo II, que como Paulo VI, Bento XVI, e agora Francisco, demonstram o seu grande afeto pela RCC. “Desejo que a espiritualidade de Pentecostes se difunda na Igreja como um impulso renovado de oração, santidade, comunhão e anúncio” (João Paulo II). Por isso, irmãos não tenhamos medo de viver esta espiritualidade tão simples, que se resume em pedir: Vem Espírito Santo!

Jeferson Pereira
Presidente do Conselho Diocesano 
da RCC de Paulo Afonso

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