terça-feira, 12 de março de 2013

Porque ficamos tão fascinados pela aparência?


É um dato de fato inquestionável: vivemos para aparecer. Queremos que os outros nos admirem. E não só um problema de mulher, mas sim um dato antropológico, intrínseco á condição humana. Queremos que os outros nos admirem, nos elogiem, nos bajulem. Crescemos com instinto de procurar a aprovação dos outros. Desde criança somos colocados ao centro das atenções dos adultos. Aprendemos as artimanhas para que todos nos admirem. Fomos educados para sermos admirados. Por isso sentimos amiúde dor de cotovelo quando alguém, perto de nós, é mais bajulado de que a gente. Sentimos dores lancinantes na barriga toda vez que a nossa atuação não foi conforme as expectativas. Provamos uma espécie de angústia mortal quando percebemos que as nossas chances de permanecermos ao centro da atenção, vai diminuindo em proporção com o avanço da idade.
Por isso, logo que folhamos o Evangelho de Jesus, ficamos estranhando o seu jeito de ser e de viver, pois ele veio ao mundo buscando exatamente o contrário: se esconder. Ninguém sabe o que fez o mais importante homem da humanidade na adolescência e na juventude. Além disso, toda vez que era procurado para ser feito rei ou adulado, Jesus fugia. Ele não procurava agradar os homens, não buscava a aprovação de ninguém. Vivia escondido em lugares desertos, longe da do barulho e da curiosidade do povo. Porque esta atitude? Porque, como sabemos, Jesus não procurava a glória dos homens, mas sim a glória de Deus. Por isso Ele não se importava com as aparências, mas sabia olhar no profundo do coração de que encontrava.
Talvez seja este o caminho que devemos percorrer, o caminho da interioridade, para não ficarmos presos a vida toda das aparências externas e do parecer vazio das pessoas que vivem ao nosso redor. Só assim nos tornaremos pessoas mais profundas e menos superficiais.
Pe. Paolo Cugini

Nenhum comentário:

Postar um comentário