“Eis que faço nova todas as
coisas”(Ap 21,6).
Aprender
a viver faz parte da vida. Um dos grandes equívocos do ser humano é achar que
sabe tudo. É justamente nesse momento que os nossos horizontes se restringem e
a visão panorâmica da vida se torna limitada. Compreender e dar respostas aos
desafios do nosso tempo requer de cada um de nós ousadia e entusiasmo pela
vida. Nisso, a Igreja, hoje, se defronta com muitas provocações. Boa parte
delas é superada com mais facilidade, outras não. Há alguns desafios que
precisam de maior atenção e cuidado para serem resolvidos. O maior deles é certamente
a dificuldade que a Igreja encontra para dialogar com a juventude do nosso
tempo, pois sabemos que no mundo dos jovens paira um emaranhado de luzes,
sombras, apelos, chamados, descobertas e tantas e tantas escolhas.
Diante
desse impasse, há algo que não se percebe; ou porque nunca foi dito, ou porque
nunca foi aprofundado de maneira satisfatória nessa fase. Mais do que nunca, a
Igreja deve acolher e mostrar aos jovens que o entusiasmo pela vida começa
quando aceitamos fazer a experiência de Jesus Cristo. Assim, frente a tantas
outras vozes, o jovem é convidado a escutar a voz do mestre: “Vem e segue-me”(Lc 18,22).
No
cenário em que vivemos, por um lado, há aqueles jovens que estão atentos e
percebem que há, de fato, um chamado no ar; por outro lado, há outros jovens
que não percebem esse chamado. Na verdade, podemos não saber qual é o real
sentido desse convite e quem está chamando, nem para quem seja esse chamado;
mas, no fundo, percebemos cotidianamente que alguém nos indica um caminho a
seguir. No entanto, todo jovem é convidado a ser discípulo de Jesus. Seguir
Jesus é se colocar a caminho. Por isso, a nossa experiência de Jesus não pode
ser abstrata, mas algo que dê sentido concreto à vida. O importante é mostrar
para a juventude que os lugares privilegiados para encontrar Jesus são: a
Palavra de Deus, a Liturgia, de modo particular, na Eucaristia, nos círculos
bíblicos, em tantos outros seguimentos e pastorais existentes na Igreja, mas,
acima de tudo, na pessoa. O homem é a obra mais plena de um Deus que se faz
encontro conosco. Na criança, no jovem e no idoso, percebemos o quanto o Pai,
na pessoa de seu Filho, se manifesta para a realização do seu reino: “todas
as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim
mesmo que o fizestes” (Mt 25,40).
Para
que a Igreja consiga dialogar com os jovens do nosso tempo, é preciso
conhecê-los, saber quais são suas convicções, suas angústias, necessidades e
desafios. O conhecimento é o ponto de partida, é a condição prévia para amá-los.
Não se pode evangelizar nem amar aquilo que não se conhece. Além do mais,
deve-se considerar a juventude e suas potencialidades para renovar a sociedade
e a vida da Igreja. Por isso, é necessário ter em conta que a mudança da
sociedade está nas mãos da juventude. Juventude que não pode ser vista como
meros expectadores, mas sim como verdadeiros protagonistas de sua própria
história.
Por
essa razão, a evangelização da juventude é tema que ocupa a centralidade da
missão da Igreja, tendo procurado escutar e compreender os gritos e clamores
dos jovens é isso que a Igreja do Brasil vive num momento substancial de sua
missão: o aguardo da Jornada Mundial da Juventude em julho deste ano. Momento
em que o povo de Deus, principalmente os jovens, é convocado a lançar suas redes mais profundas (Cf. Lc
5,5), a fim de abraçar, com perspicácia, a vontade de anunciar Cristo Mestre
caminho, verdade e vida do jeito mais simples e profundo.
O
papel da Igreja é ser canal eficaz de comunicação do evangelho por meio de uma juventude
que ama, que luta e abraça a missão, a exemplo de um grande mensageiro de Jesus
Cristo: São Paulo Apóstolo. Um comunicador que soube fazer de sua vida um
verdadeiro apostolado do Reino de Deus: “Já
não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim.” (Gl 2, 20).
Deivid
Rodrigo dos Santos Tavares
Estudante
do 2º ano de Teologia da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia - FAJE
Seminarista
da Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos
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