“Já
não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz, mas vos
chamo AMIGOS, porque tudo o que ouvi de meu Pai vos dei a conhecer.” (Jo 15,
15).
Em nosso meio é comum
perceber o uso das expressões “amigos em comum”, “melhores amigos”,
“conhecidos” entre muitas outras relacionadas às pessoas com as quais temos
alguma proximidade. Porém, nesses dias tenho tentado entender o significado de
ter e ser AMIGO em uma sociedade com suas adversidades e contrariedades. A amizade
assim como muitos outros valores da formação pessoal são banalizados em nosso
contexto moderno. Surgem desta maneira perguntas que nos preocupam: quem
realmente tem amigos (verdadeiros) em nosso contexto relativista no qual
vivemos? O que é ser amigo?
Pretensiosamente
queremos substituir os nossos relacionamentos presenciais por “amizades”
idealizadas a nossa própria medida através da internet. Corremos o grande risco
de depositar nossa confiança e desejo de mudança em pessoas e situações que
transmitem a sensação de satisfação passageira e ao mesmo tempo um vazio
existencial. Como seria conveniente se observássemos a atitude de Jesus com os
seus discípulos com relação aos laços de amizade. O quanto Ele se preocupava
com o bem-estar de seus amados amigos. O mundo nos ensina que devemos firmar
nossas bases em situações supérfluas capazes de dar um prazer momentâneo no
qual vivo o hoje e agora e depois nada disso terá significado e repercussão na
vida; um verdadeiro relativismo! Aquilo que vemos e simpatizamos nem sempre é
bom para nossa vida; necessitamos analisar as consequências daquilo de
desejamos.
Por isso, destacamos
algumas características pertinentes para refletirmos sobre a amizade segundo a
perspectiva cristã; em primeiro lugar para viver uma amizade verdadeira é
necessário que ela nasça de uma livre escolha através do nosso cotidiano, pois
ninguém pode obrigar outro (a) a ser amigo (a); em segundo lugar ela deve
brotar um relacionamento fraterno e uma comunhão de vida através do qual
manifesto o desejo de ser amigo (a); em terceiro lugar não possui interesses e
traduze-se na gratuidade e escuta do outro (a); e em quarto e último lugar,
deve ser um espaço de partilha daquilo que realmente somos. A amizade exige uma
coerência e um bom testemunho das palavras que pronunciamos.
Contudo, torna-se um
desafio constante para todos encontrar pessoas capazes de querer viver desta
maneira e “navegar contra a corrente” da sociedade que apregoa em nossos
corações interesses capaz de nos conduzir a um caminho desconhecido e obscuro
daqueles idealizados por nós mesmos. Que a exemplo de Jesus Cristo possamos
descobrir o verdadeiro sentido de ser e ter AMIGOS porque eles são uma grande
fortaleça quando se tornam autênticos. Sejam amigos e faça amigos!
Seminarista Edisandro Barros
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