quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A AMIZADE TRANSFORMADORA


“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz, mas vos chamo AMIGOS, porque tudo o que ouvi de meu Pai vos dei a conhecer.” (Jo 15, 15).

Em nosso meio é comum perceber o uso das expressões “amigos em comum”, “melhores amigos”, “conhecidos” entre muitas outras relacionadas às pessoas com as quais temos alguma proximidade. Porém, nesses dias tenho tentado entender o significado de ter e ser AMIGO em uma sociedade com suas adversidades e contrariedades. A amizade assim como muitos outros valores da formação pessoal são banalizados em nosso contexto moderno. Surgem desta maneira perguntas que nos preocupam: quem realmente tem amigos (verdadeiros) em nosso contexto relativista no qual vivemos? O que é ser amigo?

Pretensiosamente queremos substituir os nossos relacionamentos presenciais por “amizades” idealizadas a nossa própria medida através da internet. Corremos o grande risco de depositar nossa confiança e desejo de mudança em pessoas e situações que transmitem a sensação de satisfação passageira e ao mesmo tempo um vazio existencial. Como seria conveniente se observássemos a atitude de Jesus com os seus discípulos com relação aos laços de amizade. O quanto Ele se preocupava com o bem-estar de seus amados amigos. O mundo nos ensina que devemos firmar nossas bases em situações supérfluas capazes de dar um prazer momentâneo no qual vivo o hoje e agora e depois nada disso terá significado e repercussão na vida; um verdadeiro relativismo! Aquilo que vemos e simpatizamos nem sempre é bom para nossa vida; necessitamos analisar as consequências daquilo de desejamos.

Por isso, destacamos algumas características pertinentes para refletirmos sobre a amizade segundo a perspectiva cristã; em primeiro lugar para viver uma amizade verdadeira é necessário que ela nasça de uma livre escolha através do nosso cotidiano, pois ninguém pode obrigar outro (a) a ser amigo (a); em segundo lugar ela deve brotar um relacionamento fraterno e uma comunhão de vida através do qual manifesto o desejo de ser amigo (a); em terceiro lugar não possui interesses e traduze-se na gratuidade e escuta do outro (a); e em quarto e último lugar, deve ser um espaço de partilha daquilo que realmente somos. A amizade exige uma coerência e um bom testemunho das palavras que pronunciamos.

Contudo, torna-se um desafio constante para todos encontrar pessoas capazes de querer viver desta maneira e “navegar contra a corrente” da sociedade que apregoa em nossos corações interesses capaz de nos conduzir a um caminho desconhecido e obscuro daqueles idealizados por nós mesmos. Que a exemplo de Jesus Cristo possamos descobrir o verdadeiro sentido de ser e ter AMIGOS porque eles são uma grande fortaleça quando se tornam autênticos. Sejam amigos e faça amigos!

Seminarista Edisandro Barros 

Nenhum comentário:

Postar um comentário