terça-feira, 27 de março de 2012

Onde você busca sua felicidade?



Há quem a busque, em primeiro lugar...
...no sucesso profissional, procurando a todo custo acumular certificados e diplomas de capacitação.
...no bem estar sócio-econômico, medindo-a pelo volume das contas bancárias.
...no culto ao corpo, nivelando-a pelo tamanho do bumbum e dos seios; pelo porte esbelto ou pose estrutural.
...no afã insaciável de “ir às compras”, submetendo-se ao rolo compressor da produção-comercialização-consumo, marca registrada da sociedade ocidental.
...noutro tipo de consumo, devorando filmes, shows, jogos, programas de TV, teatro, livros best-seller, eventos, enfim, todo tipo de espetáculo.
...na ânsia mórbida de comer e beber sem medidas.
...em relações superficiais, efêmeras e descartáveis.

Todas essas buscas representam uma moeda de duas faces: podem estabelecer relações sadias e sadia realização pessoal, por um lado, mas, por outro, quando compulsivamente exacerbadas, podem saturar e conduzir a um beco sem saída. Neste caso, deixam pelo caminho seres humanos feridos, desfigurados, fragmentados, descentrados e perdidos.

Somente uma relação sadia e profunda com a natureza, com as coisas que nos cercam, conosco mesmos, com o outro e com Deus pode trazer uma felicidade duradoura. Evidente que isso exige abertura para um constante morrer, renascer e crescer. Nascimento, morte, renascimento e crescimento só ocorrem em meio à dor. Hoje buscamos analgésicos para tudo, perdemos a lição do sofrimento. Este, se e quando mastigado e digerido no silêncio da reflexão e do entendimento, ensina a caminhar, depura e purifica a alma, “na intimidade ensina sabedoria”, como lembra o salmo.

A felicidade não está nas realizações visíveis, nos atos heroicos, nos gestos grandiosos. Como a água é constituída de mil gotas, ela é feita de pequenas alegrias do cotidiano, de fontes de prazer genuíno e transparente. Uma pessoa feliz não gosta de sensacionalismo da mídia, mas de relações miúdas, firmes e sólidas. O riso lhe vem não tanto do rosto, mas do coração, onde mora a memória dos amigos e a imagem do deus vivo e presente. Numa palavra, a felicidade não se fundamenta na quantidade matemática dos laços que costura, e sim na profundidade e permanência dessa rede fraterna e solidária.


Resumo do texto de Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS

Fraternalmente,
Seminarista Edisandro Barros

Nenhum comentário:

Postar um comentário