quinta-feira, 24 de outubro de 2013

26ª Romaria de Canudos - "Comunidade do Conselheiro"


Tema: “Juventude e Meio Ambiente na História Viva de Canudos".
Lema: “Jovem! Levanta-te, anda e transforma o sertão".

Nos dias 18, 19 e 20 de outubro de 2013 estive num "campo de batalha": Belo Monte (Canudos - Bahia/Brasil), "comunidade" do cearense Antônio Vicente Mendes Maciel e de tantos "outros", de tantas "outras", que tiveram negadas a "epifania de seus rostos", o que, evidentemente desembocou numa falta total de "responsabilidade" com o outro, com a outra - com o Outro: "mysterium tremendum"! Questiono-me: Que é isto - a Guerra de Canudos (1886-1887)? Mas por que o Conselheiro e aquelas pessoas humanas?

No dizer de Ariano Suassuna: "O que houve em Canudos e continua a acontecer hoje, no campo como nas grandes cidades brasileiras, foi o choque entre do Brasil 'oficial e mais claro' contra o Brasil 'real e mais escuro'" (SUASSUNA, 2002, p. 21). Para o Sr. João de Régis, este "choque" poderia ser evitado "com uma conversa". Mas, "con-versar", meu caro Sr. João de Régis, reclama para si uma vivência específica: a "entropatia". Não obstante, tal fenômeno não pode se revelar na História de Canudos, uma vez que, de fato, o Estado, a Igreja, etc. descobriram o Belo Monte, mas não conseguiram descobrir Antônio Conselheiro e sua gente. No êxodo, "esperava" Antônio Conselheiro e os/as "conselheiristas" serem felizes numa terra de "montanhas de cuscuz" e "rios de leite": Belo Monte. Diferentemente de Moisés, Antônio Conselheiro ainda chegou à "Terra Prometida", com sua "gente", mas... a "matadeira"... e Maria nunca mais ouviu o tiro do bacamarte de Jerônimo.

... tenho um pedido, de modo especial, dirigido aos nossos "romeiros", às nossas "romeiras": Por onde andarem, denunciem esse sofrimento humano. Não deixem de anunciar um modo peculiar de vida associada - presente no Belo Monte - no qual o "eu particular" possa dar lugar ao "outro" - via de acesso ao Outro - de modo que venha a dizer: NÓS, o que só poderá acontecer na "comunidade" (e não na "massa"). Nos nossos dias, o grito do Conselheiro ecoa na terra devastada "infinitude", e não o mero "desejo" pelo "desejo do desejo do outro", o que só poderá vir a ser captado por um modo de vida que tenha na sua base uma "comunidade". 

Fraternalmente,

Prof. Everaldo Mendes
Faculdade Católica de Feira de Santana

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